Em duas semanas acaba o ano letivo e começam as tão sonhadas “férias de verão”. Férias de verão entre aspas, porque mesmo para quem mora no sul do Brasil, verão é sinônimo de calor, e aqui a calefação continua esquentando nossos quartos (apesar de vários dias eu ter certeza de que estão tentando me matar derretida, até abrir a janela e a brisa refrescar tudo) e férias deveria ser descanso e viagens (e cá estou, fazendo meu projeto de pesquisa, correndo contra o tempo, achando que não vou ter tempo para nada).
Mas o fim das aulas também significa outra coisa: está quase na hora de voltar pra casa. E essa constatação faz meu coração bater mais rápido, dá aquele aperto no peito, a saudade parece que só aumenta, o tempo passa rápido demais e ao mesmo tempo muito devagar. Eu não vejo a hora de voltar para o Brasil, de pisar fora daquela porta de chegada, com minhas malas na mão e a minha vida toda ali. Só que agora minha vida toda não é mais só ali, tenho mais amigos espalhados, que logo logo estarão longe de mim, depois de um ano rindo e dividindo tanta coisa, como vai ser ficar longe?
Já passei quase um ano inteiro sentindo saudade de casa, não teve um dia que eu não pensei em tudo que eu tinha no Brasil e o quanto aquilo era bom. Tenho alguns amigos que não são brasileiros, com quem passei uma parte da minha adolescência, e a saudade deles também é algo que me machuca, além é claro daqueles que foram morar em outras cidades e a gente quase não se vê. Agora tem mais gente pra sentir saudade, mais amigos que eu queria ter comigo todo dia, que eu já planejo visitar e que eu já estou cobrando visitas.
Fui diagnosticada por mim mesma, meu maior problema é viver tão intensamente cada momento, cada segundo e me apegar tanto as pessoas, que toda vez que acaba eu fico naquela de querer viver tudo de novo. Mas acho que essa também é uma das minhas melhores características, porque no fim das contas toda essa saudade me faz perceber de que valeu cada segundo, e que as lagrimas não são de tristeza, mas sim de alegria por ter tido a oportunidade de viver tudo aquilo e ter conhecido pessoas tão maravilhosas.