Mas eu não tenho esses pensamentos do nada, normalmente é naquele momento crítico que teu projeto ta pronto e eu lembro que quando comecei ele, pensei “dessa vez vai ficar lindo, vai ser a minha cara” e no final das contas o professor sempre me convence a fazer algo que eu odeio. Nunca odeio 100%, mas também não amo incondicionalmente. E é nesse momento que eu penso “CANSEI”. Depois passa e eu começo um novo projeto.
E então vem outros momentos ruins, aqueles em que a pessoa fala “sabe o projeto tal, do fulano de tal?” e eu penso “já ouvi esses nomes, mas não associo imagem a essa referência”. Minha péssima memoria me trolando. Ou as vezes eu visualizo na minha cabeça e quando vou referenciar para alguém TODOS os nomes de TODOS os projetos e arquitetos SOMEM da minha cabeça, branco. Minha memória...
Pra vocês entenderem, que não é desculpa de pessoa distraída, vou dar um exemplo prático. Todo mundo gosta de uma fofoquinha as vezes, ou sempre. Eu já cheguei ao ponto de “saber” uma fofoca e quando fui contar falei “AI NOSSA TENHO QUE TE CONTAR UMA COISA, MAS ESQUECI ATÉ SOBRE QUEM ERA”. Nessas...
E ai eu penso, como ser arquiteta e não conseguir acompanhar as rápidas referencias das pessoas? Como viajar e decepcionar as pessoas que esperam que tu saiba tudo de todos os prédios e de história quando tu mal sabe o que comeu no café da manhã?
Eu li agora a pouco que uma das características da maioria dos arquitetos é ser louco, daquele tipo que dança nas festas como se estivesse sozinho no quarto, que fala bobagem o tempo todo e faz associações estranhas. Eu acho que me encaixo relativamente bem (um pingo de esperança) a esse “pré-requisito”, mas no final das contas a minha maior loucura é estudar e amar tanto esse curso que me causa bipolaridade.